domingo, 30 de maio de 2010

Diólogo

- olá

- oi, quem é voce?

- não importa. vamos conversar?

- claro.

- sobre o que?

- hum... odeio noites de domingo.

- são realmente uma merda.

- o silêncio parece mais forte e penetrante, me faz querer morrer.

- sinto o mesmo.

- claro que sente, somos a mesma pessoa.

- a mesma pessoa? o que quer dizer com isso?

- quero dizer que somos uma pessoa só, você sabe muito bem, o tédio é tao grande que estamos simulando um diálogo.

- você até que tem razão, mas eu não admitiria isso.

- você é o outro polo, não pode admitir. essa atitude é fundamental para que o diálogo não morra.

- eu sei muito bem disso, se é que o que você disse é verdade. Sabemos muito bem disso e você não precisava dizer. só estamos jogando conversa fora e isso é decadente.

- verdade, não estamos conseguindo manter um assunto sólido mesmo sendo a mesma pessoa. isso talvez seja uma evidencia de alguma patologia mental.

- não banque o psicólogo agora!

- voltemos ao começo.

- certo.

- me conte alguma coisa.

- não tenho nada pra contar a mim mesmo.

- você acaba de admitir que somos um só.

- merda!

Nenhum comentário: