- olá
- oi, quem é voce?
- não importa. vamos conversar?
- claro.
- sobre o que?
- hum... odeio noites de domingo.
- são realmente uma merda.
- o silêncio parece mais forte e penetrante, me faz querer morrer.
- sinto o mesmo.
- claro que sente, somos a mesma pessoa.
- a mesma pessoa? o que quer dizer com isso?
- quero dizer que somos uma pessoa só, você sabe muito bem, o tédio é tao grande que estamos simulando um diálogo.
- você até que tem razão, mas eu não admitiria isso.
- você é o outro polo, não pode admitir. essa atitude é fundamental para que o diálogo não morra.
- eu sei muito bem disso, se é que o que você disse é verdade. Sabemos muito bem disso e você não precisava dizer. só estamos jogando conversa fora e isso é decadente.
- verdade, não estamos conseguindo manter um assunto sólido mesmo sendo a mesma pessoa. isso talvez seja uma evidencia de alguma patologia mental.
- não banque o psicólogo agora!
- voltemos ao começo.
- certo.
- me conte alguma coisa.
- não tenho nada pra contar a mim mesmo.
- você acaba de admitir que somos um só.
- merda!
domingo, 30 de maio de 2010
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